Provérbios sobre as pessoas e as suas actividades
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Provérbios sobre as pessoas e as suas actividades
Aos homens
» Homem prudente pode mais que o valente.
» Homem prevenido vale por dois.
» Homem precatado, homem dobrado.
» Homem apaixonado não quer ser aconselhado.
» Homem de palha vale mais que mulher de oiro.
» Homem de bem, palavra de rei.
» Homem casado com mulher feia tem a fama segura.
» Homem, barca; mulher, arca.
» Homem, na praça; mulher, em casa.
» Homem que cheire a pólvora; mulher que cheire a incenso.
» O homem põe e Deus dispõe.
» Um homem é um homem, um gato é um bicho.
» Homem endividado: todo o ano apedrejado.
» Homem honrado: antes morto que injuriado.
» Homem de capa no Verão: ou roto ou ladrão.
» Um homem nunca chora, mesmo que veja as tripas de outro
» Os homens não se medem aos palmos.
» De homem para homem, não há diferença de boi.
» Os homens conhecem-se pelas palavras, os bois pelos cornos.
» Homem peludo, ou forte ou amorudo.
» Homem barbado, homem honrado.
» Homem de barba ruiva, uma diz, outra cuida.
» Homem velhaco, três barbas ou quatro.
» A homem calado e mulher barbada, em tua casa não
» Homem ruivo e mulher barbuda, de longe os saúda.
» Homem com fala de mulher nem o diabo o quer.
» Homem ruço: mau pêlo, má casta e mau cabelo.
» Acautela-te do homem que não fala e do cão que não ladra.
» Marido sem cuidado e casa sem telhado, de graça, é caro.
» De homem muito cortês foge de vez.
» De homem assinalado toma cuidado.
» Homem do mar, cabeça no ar.
» Homem e guerra, vê-los a meia légua.
» Homem grande, besta de pau.
» Homem pequeno, saco de veneno.
» Homem pequeno, coração ao pé da boca.
» Homem pequenino, ou velhaco ou dançarino.
» Homem pequenino, ou embusteiro ou bailarino.
» Homem magro, não de fome, fugir dele que não é homem.
» Homem magro, não de fome, é diabo, não é homem.
» Homem pobre com pouco se alegra.
» Homem pobre: meia de seda e caldeirão de cobre.
» Homem pobrete mas alegrete.
» Quanto mais roto mais garoto.
» Homem avascado: nem quieto nem calado.
» Homem que bate no peito, velhaco perfeito.
» Homem que reza e chora, Deus nele mora.
» Homens Joões ou brutos ou bufôes.
» Homens, três por nove ruas.
» Homem velho e mulher nova: filhos até à cova.
» Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber.
» O homem que em novo não trabalha, em velho dorme na palha.
» O homem é fogo, a mulher estopa: quando se juntam, vem o diabo e sopra.
» Três coisas deitam o homem a perder: muito falar e pouco saber; muito gastar e pouco ter; » muito presumir e pouco valer.
» Três coisas mudam o homem: a mulher, o jogo e o vinho.
» Três coisas enganam o homem: as mulheres, os copos pequenos e a chuva miudinha.
» Morra um homem, deixe fama.
Às mulheres
» Menina feia: mulher bonita.
» Mulher e franga, que caiba na manga.
» A mulher e a sardinha quer-se da mais pequenina.
» Sardinha e mulher: a maior que houver.
» A mulher e a pescada quer-se da mais alentada.
» À mulher brava, soga larga.
» À mulher parida e teia urdida, nunca faltou guarida.
» Mulher parida quer galinha.
» Mulher parida: nem farta nem limpa.
» É bem casada a que não tem sogra nem cunhada.
» Sogras são sogas. Cunhadas são cunhas.
» Mulher, como o vento e ventura, depressa muda.
» Mulher assobiadeira ou é bruxa ou feiticeira.
» Mulher sem vergonha é pior que peçonha.
» Mulher que a dois ama a dois engana.
» Mulher que bem se arreia nunca é feia.
» Não é brava a mulher que cabe em casa.
» Livra-te da mula que faz him e da mulher que sabe latim.
» Do mar, se tira o sal; e da mulher, o mal.
» Com afagos, a mula e a mulher fazem o que o homem quer.
» Digna é de fama a mulher que não tem fama.
» Mulheres, onde estão, sobejam; onde não estão, faltam.
» Antes mulher de ninguém que amante de alguém.
» Formosura de mulher não faz o homem rico.
» À mulher casta Deus lhe basta.
» O melão e a mulher estão mais no acertar do que no escolher.
» O mal da mulher entra-lhe pelos ouvidos.
» Mulher honrada não tem ouvidos nem olhos.
» É boa e honrada e viúva sepultada.
» Da má mulher te guarda e da boa não te fies nada.
» Da galinha, a preta; da pata, a parda; e da mulher, a sarda.
À família
» Bom pai: estimá-lo; ruim pai: respeitá-lo.
» O pai impertinente faz o filho desobediente.
» Vale mais ruim pai do que bom padrasto.
» Pai rico: filho nobre e neto pobre.
» Pai aforrador: filho gastador.
» Pai avaro: filho pródigo.
» Tal pai, tal filho.
» Filho és, pais serás; conforme fizeres, assim acharás.
» Quem faz filhos em mulher alheia perde-lhes o feitio.
» Pai tiveste, mãe não conheceste: diabo te fizeste.
» A quem não quer boa mãe dá-se-lhe ruim madrasta.
» Madrasta: o nome lhe basta.
» Filha casada: mãe desafogada.
» Filha casada: filha apartada.
» Quem casa filha depenado fica.
» Fica casada ao pé da porta é como cabra ao pé da porta.
» Filhos casados: cuidados dobrados.
» O filho e amigo: pão e castigo.
» Antes filho de pobre do que escravo de rico.
» O bom filho à boa casa torna.
» Nunca o filho esteve tão bem como no ventre de sua mãe.
» Quem tem filhos tem cadilhos. Quem os não tem, tem cadilhos também.
» Quem não tem marido não tem amigo.
» Vale mais marido diabo do que filho santo.
» Entre marido e mulher, não metas a colher.
» Entre irmãos, não metas as mãos.
» Quem dá é tio.
» A casa das tias não vás todos os dias.
» Cunhadas são cunhas.
» Cunhadas são unhadas.
» De cunhado, nunca bom recado.
» Sogras são sogas.
» Quem dos seus foge, dos alheios é escornado.
» Viverá sempre com espinhos quem vive com maus parentes ou maus vizinhos.
Aos amigos
» Amigo de mesa não é de firmeza.
» Não me dês nada, mas mostra-me agrado.
» Amigo fiel e prudente é melhor do que parente.
» Amigo velho vale mais que dinheiro.
» Bom amigo é melhor do que parente ou primo.
» Amigo diligente é melhor que parente.
» Amigo verdadeiro, vale mais do que o dinheiro.
» A casa do teu amigo não vás sem ser requerido.
» Amigos de longe, contas de perto.
» As boas contas fazem os bons amigos.
» Amigos velhos, contas novas.
» Amigos, amigos, contratos à parte.
» Bom amigo: bom conselho.
» Conselho de amigo: aviso do céu.
» Quem me avisa meu amigo é.
» Quem do amigo despreza o aviso, é ingrato e falta de siso.
» Arrenego do meu amigo que me encobre o perigo.
» Ao amigo não encubras o teu segredo, para que não venhas a perdê-lo.
» Defeitos do meu amigo lamento-os, mas não os maldigo.
» Quem não te ama, na praça te difama.
» Nunca queiras do teu amigo mais do que ele quer contigo.
» Do amigo não esperes aquilo que tu puderes.
» Amigo não empata amigo.
» Amigos e caminhos, se não se frequentam, ganham espinhos.
» Aonde te querem muito, não vás muito a miúdo.
À medicina caseira
» Quem come a correr, do estômago vem a sofrer.
» Ao comer, nem um sobrescrito ler.
» Depois de comer, nem uma letra ler.
» Depois de jantar e depois de cear, passear.
» Quem em Maio não merenda à morte se encomenda.
» Quem ceia e logo se vai deitar má noite há-de passar.
» A ceia quer-se sem sal, sem luz e sem moscas.
» Quem bem ceia bem dorme.
» Ceia pouco: dormirás como um louco.
» Lombrigas e largas ceias têm as sepulturas cheias.
» Ao que demais come abre-lhe o garfo a cova.
» Se és velho e comilão, prepara o teu caixão.
» Mais mata a gula que a espada.
» Quem come pouco aproveita muito.
» Come como são e bebe como doente.
» Conforme comemos, assim vivemos.
» Come bem e folga: terás vida longa.
» Não comas quente: não perderás o dente.
» Não comas cru nem andes com o pé nu.
» O peixe deve nadar três vezes: na água, no molho e no vinho.
» Peixe de Maio a quem o pedir dai-o.
» Sável em Maio: maleitas todo o ano.
» Sardinha em Abril: vê-la e deixá-la ir.
» Em Agosto, nem sardinhas nem mosto.
» Por S. Silvestre, bacalhau é peste.
» Mais vale romper sapatos que lençóis.
» Contra os maus humores, grandes suores.
» O braço quer peito, a perna leito.
» Quem sofre de coração não tome banho suão.
» Livra-te dos ares, que eu te livrarei dos males.
» Mordedura de cão cura-se com o pêlo do mesmo cão.
» Leitão e ovos, dos velhos fazem novos.
» Vai-se o mal, comendo ovos sem sal.
» Quem bem urina dispensa medicina.
» Fora de horas urinar, sinal de enfermar.
» Vida regrada, vida prolongada.
» Vida desregrada, velhice pesada.
» Comidas apimentadas: borbulhas às carradas.
» A doença e a dor conhecem-se pela cor.
» Doença bem tratada é pouco prolongada.
» Quem bem se cura muito dura.
» Quem bem se cura não se regala.
» O que arde cura.
» Para grandes males grandes remédios.
» Mais cura a dieta que a lanceta.
» Mal que não tem cura é a velhice e a loucura.
» Pior é ter mau médico do que estar enfermo.
» A doença é o celeiro do médico.
» Deus é que cura e os médicos é que recebem o dinheiro.
» Quem tem doença abra a bolsa e tenha paciência.
» Quem quiser morrer de velho siga este conselho: casar tarde, enviuvar cedo, fugir do salgado e do azedo.
» Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
» Feridas de ternura quem as faz também as cura.
» Quando o mal é de morte, o remédio é morrer.
» Mel, se o achaste, come o que baste.
» Dores, com pão, depressa se vão.
» Come pão, bebe água e viverás sem mágoa.
» Debaixo da nogueira, não faças cabeceira.
» Come queijo de ovelha, manteiga de vaca e leite de cabra.
» Para ter saúde, pouca cama, pouco prato e muito sapato.
» Rodas e advogados, só andam se bem untados.
» Alfaiate, mal vestido; sapateiro, mal calçado.
» Almocreve cavaleiro não ganha dinheiro.
» Da muita neve se queixa o almocreve.
» Ama gorda, pouco leite.
» Barqueiro a barqueiro, não leva dinheiro.
» Fome de caçador, sede de pescador.
» Tapa, massa, enquanto o caldeireiro passa.
» Caldeireiro na terra: chuva na serra.
» Cesteiro que faz um cesto faz um cento se tiver verga e tempo.
» No tempo da tomateira não há fraca cozinheira.
» Mais vale bom estômago do que boa cozinheira.
» Quem faz a cozinheira ligeira é a boa fogueira.
» A criado novo, pão e ovo; a criado velho, pau e demo.
» Ao fim do ano, o criado parece-se com o amo.
» Ao confessor e ao advogado não o tragas enganado.
» Ao confessor e ao advogado confessa o teu pecado.
» Dos enganos vivem os escrivães.
» Em má demanda, escrivão da minha banda.
» Estalajadeira à porta: poucos fregueses.
» Em casa de ferreiro, espeto de salgueiro.
» Nunca a boa fiandeira ficou sem camisa.
» Ninguém é [bom] juiz em causa própria.
» Quando o doente diz ai, o médico diz dai.
» Médico velho, cirurgião novo, boticário coxo.
» De médico e de louco todos temos um pouco.
» Erros de médico a terra os cobre.
» O melhor médico é o que se procura e não se encontra.
» Oleiro que faz a panela faz a tampa.
» Fraco é o padeiro que diz mal do seu pão.
» Pedreiro de Agarez põe uma pedra, caem três.
» Peixeira que não mente a bolsa lho sente.
» Pescador de cana come mais do que ganha.
» O poeta nasce, o advogado faz-se
» Quem se ensinou, sapateiro, a tocar rabecão?
Às actividades agrícolas e ao clima
» Por Sto Antão (17.1), neve pelo chão.
» Por S. Sebastião (20.1), laranja na mão.
» Por S. Matias (24.2), começam as enxertias.
» Por S. Matias, noites iguais aos dias.
» Por S. Marcos (25.4), bogas e sáveis nos barcos.
» Por S. Barnabé (16.5), seca a palha pelo pé.
» Pelo S. João (24.6), ceifa o pão.
» Pelo S. João, lavra se queres ter pão.
» Lavra pelo S. João: terás palha e grão.
» No S. João, semeia de gabão.
» Pelo S. João, deve o milho cobrir o cão.
» Pelo S. João, figo na mão.
» Até ao S. João, é sezão.
» Para o S. João guarda o melhor tição.
» Até ao S. João sempre de gabão.
» Ande por onde andar o Verão, há-de vir pelo S. João.
» Galinhas de S. João, pelo Natal, ovos dão.
» Sardinha de S. João pinga no pão.
» Ande o calor por onde andar, pelo Santo António (13.6), há-de chegar.
» No dia de S. Pedro (29.6), vai ver o olivedo. Se vires um bago, conta um cento.
» Por S. Pedro, fecha o rego.
» Por Santa Marinha (18.7), vai ver a tua vinha.
» Por Santa Ana (26.7), limpa a pragana.
» Por S. Gens (25., vareja as nozes se as tens.
» Chuva por Santo Agostinho (26., é como se chovesse vinho.
» Por S. Mateus (21.9), pega nos bois e lavra com Deus.
»Por S. Mateus, vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
» Por S. Mateus, conta as ovelhas, que os cordeiros são teus.
» Nas têmporas de S. Mateus, pede bom tempo a Deus.
» Nas têmporas de S. Mateus, não peças chuva a Deus.
» Águas verdadeiras por S. Mateus as primeiras.
» Quem planta no S. Miguel (29.9), vai à horta quando quer.
» Quem se aluga no S. Miguel não se senta quando quer.
» S. Miguel soalheiro enche o celeiro.
» S. Miguel das uvas, tanto tardas e tão pouco duras!
» S. Miguel passado, tanto manda o amo como o criado.
» Se houvesse dois S. Miguéis no ano, não havia moço que parasse no amo.
» Por S. Francisco (4.10), semeia o trigo, O velho que tal dizia já semeado havia.
» S. Francisco veja o teu campo arado e teu trigo semeado.
» Por S. Lucas (18.10), colhidas estão as uvas.
» Por S. Lucas, mata os porcos e tapa as cubas.
» Por Santa Ireia (20.10), pega nos bois e semeia.
» Por S. Judas (28.10), colhidas são as uvas.
» Por S. Simão (29.10), semear sim, navegar não.
» Por S. Simão, favas na mão.
» No dia de S. Simão, quem não faz magusto não é bom cristão.
» Quem não planta horta pelos Santos (1.11), inveja a dos vizinhos e espreita pelos cantos.
» Por Todos os Santos, neve pelos cantos.
» Pelo S. Martinho (11.11), semeia a fava e o linho.
» Pelo S. Martinho, mata o porco e semeia o cebolinho.
» Queres espantar o vizinho? Lavra e estruma no S. Martinho.
» No dia de S. Martinho, encerra o porquinho, souta o soutinho e prova o teu vinho.
» Por S. Clemente (22.11), alça a mão da semente.
» Pelo Santo André (30.11), faz o reco cué... cué...
» Por Santo André, pega no porco pelo pé. Se ele disser cué, cué, diz-lhe que tempo é; se ele disser que tal, que tal, guarda-o para o Natal.
» Santa Luzia (13.12) não quer neve. S. Gonçalo não a pede.
» Dos Santos ao Natal, Inverno natural.
» Tudo vem no seu tempo e o nabal pelo Advento.
» Dos Santos ao Advento, pouca chuva e pouco vento.
» No Advento, racham as pedras com o vento.
» Pelo Natal, poda natural.
» Pelo Natal, sacha o faval.
» Quem vareja antes do Natal deixa o azeite no olival.
» Se queres bom alhal, planta-o pelo Natal.
» No Natal, tem o alho bico de pardal.
» Caindo o Natal à segunda-feira, pode o lavrador alugar a eira.
» Ande o frio onde andar, no Natal há-de chegar.
» Natal molhado: ano melhorado.
» No Natal, é bom chover e melhor nevar.
» Mal vai a Portugal se não houver três cheias antes do Natal.
» Rimos molhados: carros quebrados.
» Chuva na Ressurreição fura as nozes e leva o pão. Chuva na Ascensão das pedras faz pão.
» Chuva no S. João bebe o vinho e come o pão.
» Chuva por S. Martinho é como se chovesse vinho.
» Nunca passou por mau tempo a chuva da Primavera e do Advento.
» No Natal, fiar; no Entrudo, dobar; na Quaresma, tecer; e na Páscoa, coser.
» Boa é a neve que em seu tempo vem.
» Boa nevada: terra estrumada.
» Sete nevadas e um nevão dão muito pão.
» Ano de nevão: ano de pão.
» Ano nevoso: ano formoso.
» Em ano de muita neve, paga o lavrador o que deve.
» Folga o pão debaixo do nevão.
» Folga o trigo debaixo da neve como a ovelha debaixo da pele.
» Quer chova, quer neve, quem tem sede bebe.
» Com vento, se limpa o trigo e os vícios com castigo.
» Com vento de feição, boa navegação.
» Homem prudente pode mais que o valente.
» Homem prevenido vale por dois.
» Homem precatado, homem dobrado.
» Homem apaixonado não quer ser aconselhado.
» Homem de palha vale mais que mulher de oiro.
» Homem de bem, palavra de rei.
» Homem casado com mulher feia tem a fama segura.
» Homem, barca; mulher, arca.
» Homem, na praça; mulher, em casa.
» Homem que cheire a pólvora; mulher que cheire a incenso.
» O homem põe e Deus dispõe.
» Um homem é um homem, um gato é um bicho.
» Homem endividado: todo o ano apedrejado.
» Homem honrado: antes morto que injuriado.
» Homem de capa no Verão: ou roto ou ladrão.
» Um homem nunca chora, mesmo que veja as tripas de outro
» Os homens não se medem aos palmos.
» De homem para homem, não há diferença de boi.
» Os homens conhecem-se pelas palavras, os bois pelos cornos.
» Homem peludo, ou forte ou amorudo.
» Homem barbado, homem honrado.
» Homem de barba ruiva, uma diz, outra cuida.
» Homem velhaco, três barbas ou quatro.
» A homem calado e mulher barbada, em tua casa não
» Homem ruivo e mulher barbuda, de longe os saúda.
» Homem com fala de mulher nem o diabo o quer.
» Homem ruço: mau pêlo, má casta e mau cabelo.
» Acautela-te do homem que não fala e do cão que não ladra.
» Marido sem cuidado e casa sem telhado, de graça, é caro.
» De homem muito cortês foge de vez.
» De homem assinalado toma cuidado.
» Homem do mar, cabeça no ar.
» Homem e guerra, vê-los a meia légua.
» Homem grande, besta de pau.
» Homem pequeno, saco de veneno.
» Homem pequeno, coração ao pé da boca.
» Homem pequenino, ou velhaco ou dançarino.
» Homem pequenino, ou embusteiro ou bailarino.
» Homem magro, não de fome, fugir dele que não é homem.
» Homem magro, não de fome, é diabo, não é homem.
» Homem pobre com pouco se alegra.
» Homem pobre: meia de seda e caldeirão de cobre.
» Homem pobrete mas alegrete.
» Quanto mais roto mais garoto.
» Homem avascado: nem quieto nem calado.
» Homem que bate no peito, velhaco perfeito.
» Homem que reza e chora, Deus nele mora.
» Homens Joões ou brutos ou bufôes.
» Homens, três por nove ruas.
» Homem velho e mulher nova: filhos até à cova.
» Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber.
» O homem que em novo não trabalha, em velho dorme na palha.
» O homem é fogo, a mulher estopa: quando se juntam, vem o diabo e sopra.
» Três coisas deitam o homem a perder: muito falar e pouco saber; muito gastar e pouco ter; » muito presumir e pouco valer.
» Três coisas mudam o homem: a mulher, o jogo e o vinho.
» Três coisas enganam o homem: as mulheres, os copos pequenos e a chuva miudinha.
» Morra um homem, deixe fama.
Às mulheres
» Menina feia: mulher bonita.
» Mulher e franga, que caiba na manga.
» A mulher e a sardinha quer-se da mais pequenina.
» Sardinha e mulher: a maior que houver.
» A mulher e a pescada quer-se da mais alentada.
» À mulher brava, soga larga.
» À mulher parida e teia urdida, nunca faltou guarida.
» Mulher parida quer galinha.
» Mulher parida: nem farta nem limpa.
» É bem casada a que não tem sogra nem cunhada.
» Sogras são sogas. Cunhadas são cunhas.
» Mulher, como o vento e ventura, depressa muda.
» Mulher assobiadeira ou é bruxa ou feiticeira.
» Mulher sem vergonha é pior que peçonha.
» Mulher que a dois ama a dois engana.
» Mulher que bem se arreia nunca é feia.
» Não é brava a mulher que cabe em casa.
» Livra-te da mula que faz him e da mulher que sabe latim.
» Do mar, se tira o sal; e da mulher, o mal.
» Com afagos, a mula e a mulher fazem o que o homem quer.
» Digna é de fama a mulher que não tem fama.
» Mulheres, onde estão, sobejam; onde não estão, faltam.
» Antes mulher de ninguém que amante de alguém.
» Formosura de mulher não faz o homem rico.
» À mulher casta Deus lhe basta.
» O melão e a mulher estão mais no acertar do que no escolher.
» O mal da mulher entra-lhe pelos ouvidos.
» Mulher honrada não tem ouvidos nem olhos.
» É boa e honrada e viúva sepultada.
» Da má mulher te guarda e da boa não te fies nada.
» Da galinha, a preta; da pata, a parda; e da mulher, a sarda.
À família
» Bom pai: estimá-lo; ruim pai: respeitá-lo.
» O pai impertinente faz o filho desobediente.
» Vale mais ruim pai do que bom padrasto.
» Pai rico: filho nobre e neto pobre.
» Pai aforrador: filho gastador.
» Pai avaro: filho pródigo.
» Tal pai, tal filho.
» Filho és, pais serás; conforme fizeres, assim acharás.
» Quem faz filhos em mulher alheia perde-lhes o feitio.
» Pai tiveste, mãe não conheceste: diabo te fizeste.
» A quem não quer boa mãe dá-se-lhe ruim madrasta.
» Madrasta: o nome lhe basta.
» Filha casada: mãe desafogada.
» Filha casada: filha apartada.
» Quem casa filha depenado fica.
» Fica casada ao pé da porta é como cabra ao pé da porta.
» Filhos casados: cuidados dobrados.
» O filho e amigo: pão e castigo.
» Antes filho de pobre do que escravo de rico.
» O bom filho à boa casa torna.
» Nunca o filho esteve tão bem como no ventre de sua mãe.
» Quem tem filhos tem cadilhos. Quem os não tem, tem cadilhos também.
» Quem não tem marido não tem amigo.
» Vale mais marido diabo do que filho santo.
» Entre marido e mulher, não metas a colher.
» Entre irmãos, não metas as mãos.
» Quem dá é tio.
» A casa das tias não vás todos os dias.
» Cunhadas são cunhas.
» Cunhadas são unhadas.
» De cunhado, nunca bom recado.
» Sogras são sogas.
» Quem dos seus foge, dos alheios é escornado.
» Viverá sempre com espinhos quem vive com maus parentes ou maus vizinhos.
Aos amigos
» Amigo de mesa não é de firmeza.
» Não me dês nada, mas mostra-me agrado.
» Amigo fiel e prudente é melhor do que parente.
» Amigo velho vale mais que dinheiro.
» Bom amigo é melhor do que parente ou primo.
» Amigo diligente é melhor que parente.
» Amigo verdadeiro, vale mais do que o dinheiro.
» A casa do teu amigo não vás sem ser requerido.
» Amigos de longe, contas de perto.
» As boas contas fazem os bons amigos.
» Amigos velhos, contas novas.
» Amigos, amigos, contratos à parte.
» Bom amigo: bom conselho.
» Conselho de amigo: aviso do céu.
» Quem me avisa meu amigo é.
» Quem do amigo despreza o aviso, é ingrato e falta de siso.
» Arrenego do meu amigo que me encobre o perigo.
» Ao amigo não encubras o teu segredo, para que não venhas a perdê-lo.
» Defeitos do meu amigo lamento-os, mas não os maldigo.
» Quem não te ama, na praça te difama.
» Nunca queiras do teu amigo mais do que ele quer contigo.
» Do amigo não esperes aquilo que tu puderes.
» Amigo não empata amigo.
» Amigos e caminhos, se não se frequentam, ganham espinhos.
» Aonde te querem muito, não vás muito a miúdo.
À medicina caseira
» Quem come a correr, do estômago vem a sofrer.
» Ao comer, nem um sobrescrito ler.
» Depois de comer, nem uma letra ler.
» Depois de jantar e depois de cear, passear.
» Quem em Maio não merenda à morte se encomenda.
» Quem ceia e logo se vai deitar má noite há-de passar.
» A ceia quer-se sem sal, sem luz e sem moscas.
» Quem bem ceia bem dorme.
» Ceia pouco: dormirás como um louco.
» Lombrigas e largas ceias têm as sepulturas cheias.
» Ao que demais come abre-lhe o garfo a cova.
» Se és velho e comilão, prepara o teu caixão.
» Mais mata a gula que a espada.
» Quem come pouco aproveita muito.
» Come como são e bebe como doente.
» Conforme comemos, assim vivemos.
» Come bem e folga: terás vida longa.
» Não comas quente: não perderás o dente.
» Não comas cru nem andes com o pé nu.
» O peixe deve nadar três vezes: na água, no molho e no vinho.
» Peixe de Maio a quem o pedir dai-o.
» Sável em Maio: maleitas todo o ano.
» Sardinha em Abril: vê-la e deixá-la ir.
» Em Agosto, nem sardinhas nem mosto.
» Por S. Silvestre, bacalhau é peste.
» Mais vale romper sapatos que lençóis.
» Contra os maus humores, grandes suores.
» O braço quer peito, a perna leito.
» Quem sofre de coração não tome banho suão.
» Livra-te dos ares, que eu te livrarei dos males.
» Mordedura de cão cura-se com o pêlo do mesmo cão.
» Leitão e ovos, dos velhos fazem novos.
» Vai-se o mal, comendo ovos sem sal.
» Quem bem urina dispensa medicina.
» Fora de horas urinar, sinal de enfermar.
» Vida regrada, vida prolongada.
» Vida desregrada, velhice pesada.
» Comidas apimentadas: borbulhas às carradas.
» A doença e a dor conhecem-se pela cor.
» Doença bem tratada é pouco prolongada.
» Quem bem se cura muito dura.
» Quem bem se cura não se regala.
» O que arde cura.
» Para grandes males grandes remédios.
» Mais cura a dieta que a lanceta.
» Mal que não tem cura é a velhice e a loucura.
» Pior é ter mau médico do que estar enfermo.
» A doença é o celeiro do médico.
» Deus é que cura e os médicos é que recebem o dinheiro.
» Quem tem doença abra a bolsa e tenha paciência.
» Quem quiser morrer de velho siga este conselho: casar tarde, enviuvar cedo, fugir do salgado e do azedo.
» Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
» Feridas de ternura quem as faz também as cura.
» Quando o mal é de morte, o remédio é morrer.
» Mel, se o achaste, come o que baste.
» Dores, com pão, depressa se vão.
» Come pão, bebe água e viverás sem mágoa.
» Debaixo da nogueira, não faças cabeceira.
» Come queijo de ovelha, manteiga de vaca e leite de cabra.
» Para ter saúde, pouca cama, pouco prato e muito sapato.
» Rodas e advogados, só andam se bem untados.
» Alfaiate, mal vestido; sapateiro, mal calçado.
» Almocreve cavaleiro não ganha dinheiro.
» Da muita neve se queixa o almocreve.
» Ama gorda, pouco leite.
» Barqueiro a barqueiro, não leva dinheiro.
» Fome de caçador, sede de pescador.
» Tapa, massa, enquanto o caldeireiro passa.
» Caldeireiro na terra: chuva na serra.
» Cesteiro que faz um cesto faz um cento se tiver verga e tempo.
» No tempo da tomateira não há fraca cozinheira.
» Mais vale bom estômago do que boa cozinheira.
» Quem faz a cozinheira ligeira é a boa fogueira.
» A criado novo, pão e ovo; a criado velho, pau e demo.
» Ao fim do ano, o criado parece-se com o amo.
» Ao confessor e ao advogado não o tragas enganado.
» Ao confessor e ao advogado confessa o teu pecado.
» Dos enganos vivem os escrivães.
» Em má demanda, escrivão da minha banda.
» Estalajadeira à porta: poucos fregueses.
» Em casa de ferreiro, espeto de salgueiro.
» Nunca a boa fiandeira ficou sem camisa.
» Ninguém é [bom] juiz em causa própria.
» Quando o doente diz ai, o médico diz dai.
» Médico velho, cirurgião novo, boticário coxo.
» De médico e de louco todos temos um pouco.
» Erros de médico a terra os cobre.
» O melhor médico é o que se procura e não se encontra.
» Oleiro que faz a panela faz a tampa.
» Fraco é o padeiro que diz mal do seu pão.
» Pedreiro de Agarez põe uma pedra, caem três.
» Peixeira que não mente a bolsa lho sente.
» Pescador de cana come mais do que ganha.
» O poeta nasce, o advogado faz-se
» Quem se ensinou, sapateiro, a tocar rabecão?
Às actividades agrícolas e ao clima
» Por Sto Antão (17.1), neve pelo chão.
» Por S. Sebastião (20.1), laranja na mão.
» Por S. Matias (24.2), começam as enxertias.
» Por S. Matias, noites iguais aos dias.
» Por S. Marcos (25.4), bogas e sáveis nos barcos.
» Por S. Barnabé (16.5), seca a palha pelo pé.
» Pelo S. João (24.6), ceifa o pão.
» Pelo S. João, lavra se queres ter pão.
» Lavra pelo S. João: terás palha e grão.
» No S. João, semeia de gabão.
» Pelo S. João, deve o milho cobrir o cão.
» Pelo S. João, figo na mão.
» Até ao S. João, é sezão.
» Para o S. João guarda o melhor tição.
» Até ao S. João sempre de gabão.
» Ande por onde andar o Verão, há-de vir pelo S. João.
» Galinhas de S. João, pelo Natal, ovos dão.
» Sardinha de S. João pinga no pão.
» Ande o calor por onde andar, pelo Santo António (13.6), há-de chegar.
» No dia de S. Pedro (29.6), vai ver o olivedo. Se vires um bago, conta um cento.
» Por S. Pedro, fecha o rego.
» Por Santa Marinha (18.7), vai ver a tua vinha.
» Por Santa Ana (26.7), limpa a pragana.
» Por S. Gens (25., vareja as nozes se as tens.
» Chuva por Santo Agostinho (26., é como se chovesse vinho.
» Por S. Mateus (21.9), pega nos bois e lavra com Deus.
»Por S. Mateus, vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
» Por S. Mateus, conta as ovelhas, que os cordeiros são teus.
» Nas têmporas de S. Mateus, pede bom tempo a Deus.
» Nas têmporas de S. Mateus, não peças chuva a Deus.
» Águas verdadeiras por S. Mateus as primeiras.
» Quem planta no S. Miguel (29.9), vai à horta quando quer.
» Quem se aluga no S. Miguel não se senta quando quer.
» S. Miguel soalheiro enche o celeiro.
» S. Miguel das uvas, tanto tardas e tão pouco duras!
» S. Miguel passado, tanto manda o amo como o criado.
» Se houvesse dois S. Miguéis no ano, não havia moço que parasse no amo.
» Por S. Francisco (4.10), semeia o trigo, O velho que tal dizia já semeado havia.
» S. Francisco veja o teu campo arado e teu trigo semeado.
» Por S. Lucas (18.10), colhidas estão as uvas.
» Por S. Lucas, mata os porcos e tapa as cubas.
» Por Santa Ireia (20.10), pega nos bois e semeia.
» Por S. Judas (28.10), colhidas são as uvas.
» Por S. Simão (29.10), semear sim, navegar não.
» Por S. Simão, favas na mão.
» No dia de S. Simão, quem não faz magusto não é bom cristão.
» Quem não planta horta pelos Santos (1.11), inveja a dos vizinhos e espreita pelos cantos.
» Por Todos os Santos, neve pelos cantos.
» Pelo S. Martinho (11.11), semeia a fava e o linho.
» Pelo S. Martinho, mata o porco e semeia o cebolinho.
» Queres espantar o vizinho? Lavra e estruma no S. Martinho.
» No dia de S. Martinho, encerra o porquinho, souta o soutinho e prova o teu vinho.
» Por S. Clemente (22.11), alça a mão da semente.
» Pelo Santo André (30.11), faz o reco cué... cué...
» Por Santo André, pega no porco pelo pé. Se ele disser cué, cué, diz-lhe que tempo é; se ele disser que tal, que tal, guarda-o para o Natal.
» Santa Luzia (13.12) não quer neve. S. Gonçalo não a pede.
» Dos Santos ao Natal, Inverno natural.
» Tudo vem no seu tempo e o nabal pelo Advento.
» Dos Santos ao Advento, pouca chuva e pouco vento.
» No Advento, racham as pedras com o vento.
» Pelo Natal, poda natural.
» Pelo Natal, sacha o faval.
» Quem vareja antes do Natal deixa o azeite no olival.
» Se queres bom alhal, planta-o pelo Natal.
» No Natal, tem o alho bico de pardal.
» Caindo o Natal à segunda-feira, pode o lavrador alugar a eira.
» Ande o frio onde andar, no Natal há-de chegar.
» Natal molhado: ano melhorado.
» No Natal, é bom chover e melhor nevar.
» Mal vai a Portugal se não houver três cheias antes do Natal.
» Rimos molhados: carros quebrados.
» Chuva na Ressurreição fura as nozes e leva o pão. Chuva na Ascensão das pedras faz pão.
» Chuva no S. João bebe o vinho e come o pão.
» Chuva por S. Martinho é como se chovesse vinho.
» Nunca passou por mau tempo a chuva da Primavera e do Advento.
» No Natal, fiar; no Entrudo, dobar; na Quaresma, tecer; e na Páscoa, coser.
» Boa é a neve que em seu tempo vem.
» Boa nevada: terra estrumada.
» Sete nevadas e um nevão dão muito pão.
» Ano de nevão: ano de pão.
» Ano nevoso: ano formoso.
» Em ano de muita neve, paga o lavrador o que deve.
» Folga o pão debaixo do nevão.
» Folga o trigo debaixo da neve como a ovelha debaixo da pele.
» Quer chova, quer neve, quem tem sede bebe.
» Com vento, se limpa o trigo e os vícios com castigo.
» Com vento de feição, boa navegação.
Lusitana Cultura- Mensagens : 84
Data de inscrição : 05/02/2015
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